Depois de cumpridas suas obrigações pessoais, para com a sociedade, a família e sabe-se lá mais com o quê, chega a hora do dia (ou da madrugada) em que sua sala lhe pertence, no mais absoluto silêncio. Nessa hora, em determinada poltrona, abre-se um livro e...
quinta-feira, 3 de junho de 2010
O visitante- Márcia Taube
Todos os dias, no fim da tarde, sento-me na soleira dessa casa imaginária, que julgo habitar e aguardo com os olhos aflitos o regresso de alguém que virá de surpresa. Esse alguém sem sexo definido, usa um chapéu de palha e monta um pangaré. Vem de muito longe, me trazendo algum agrado embrulhado em papel almaço e fita de barbante.
Nunca avisa. Nunca vem.
Esse alguém podia ser meu pai, meu avô morto, minha amiga para sempre esquecida.
Não tenho pressa nessa chegada, pois me agrada a longa espera.
Enquanto fito o horizonte inexistente, agradeço a Deus por aquilo que julgo faltar em minha vida ser tão pequena coisa. Aguardo, pois, com alegria e esperança, minha querida visita.
Márcia.
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Muitas das vezes a espera que parece interminável tem fim... Se o encontro não aconte pode ser que os caminhos sejam paralelo... Não sei se a matemática explica... Como algo que parte de um mesmo ponto pode ser paralelo? Bonita foto. Bom ver um sorriso seu.
ResponderExcluirDEUS te abençoe.
Mas ela acabará hoje
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