Depois de cumpridas suas obrigações pessoais, para com a sociedade, a família e sabe-se lá mais com o quê, chega a hora do dia (ou da madrugada) em que sua sala lhe pertence, no mais absoluto silêncio. Nessa hora, em determinada poltrona, abre-se um livro e...
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Gabriel García Márquez (Cien años de soledad)
"O Coronel Aureliano Buendía promoveu trinta e duas revolucões armadas e perdeu todas. Teve dezessete filhos varões de dezessete mulheres diferentes, que foram exterminados um por um, numa só noite, antes que o mais velho completasse trinta e cinco anos. Escapou de quatorze atentados, setenta e três emboscadas, e um pelotão de fuzilamento. Sobreviveu a uma dose de estricnina no café que daria para matar um cavalo. Recusou a Ordem do Mérito que lhe outorgou o Presidente da República. Chegou a ser comandante geral das forcas revolucionárias, com jurisdicão e mando de uma fronteira a outra, e o homem mais temido pelo governo, mas nunca permitiu que lhe tirassem uma fotografia. Dispensou a pensão vitalícia que lhe ofereceram depois da guerra e viveu até a velhice dos peixinhos de ouro que fabricava na sua oficina de Macondo. Embora lutasse sempre à frente de seus homens,a única ferida que recebeu foi produzida por ele mesmo, depois de assinar a capitulacao da Neerlandia, que pos fim a quase vinte anos de guerras civis. Desfechou um tiro de pistola no peito e o projétil saiu-lhes pelas costas sem ofender nenhum centro vital. A única coisa que ficou de tudo isso foi uma rua com o seu nome em Macondo."
Trecho extraído do Livro Cem Anos de Solidão, que narra a saga dos Buendía, recheada das histórias ouvidas na infância, por seu autor. Macondo, a cidade fictícia, fantasma, solitária. Habitada por geracões de Buendías e suas incríveis narrativas.
Apesar de ter ganho o Nobel com esta obra, Garcia Marques não a tinha como sua favorita. Acreditava que O Outono do Patriarca era sua obra prima, que por sinal, ainda não li.
Uma curiosidade: a tradutora, Eliane Zagury, é casada com meu primo Roberto.
Só hoje reparei seu nome na capa do livro, e fiquei bem orgulhosa! Valeu, Eliane!
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