quarta-feira, 3 de novembro de 2010

De Profundis- Oscar Wilde

Oscar Fingal O”Flahertie Wills Wilde foi o dândi inglês mais admirado do final do século 19. Frequentador dos salões mais fechados e ambientes mais exclusivos da alta sociedade , ficou conhecido pelas suas célebres tiradas, em que o modo de vida da sociedade londrina, era sempre alvo de suas observacões ácidas (e engraçadas). Autor de obras memoráveis,dentre as quais “O Retrato de Dorian Gray”, caiu em desgraca ao se envolver em um escândalo sexual, em que a família de um jovem aristocrata, com quem vivera um romance, o processa. Condenado, cumpre dois anos de pena encarcerado, onde sua saúde, reputação e condição financeira se arruínam. De profundis foi escrito na época do cárcere. É uma coletânea de sentimentos contraditórios, um diálogo com o ex- amante, onde desabafa sua decepção e seus rancores. Pretendia ser uma espécie de acerto de contas, onde privado da presença do companheiro, escreve-lhe cartas em folhas de papel cedidas pela prisão, mas as tais cartas nunca chegaram ás mãos de seu amante, sendo-lhes devolvidas em sua saída. Mas a obra vai além disso, revelando também a condição do sistema penitenciário inglês, que vai a partir da publicação dessa obra, passar por uma mudança sistemática. Trata-se, portanto, de uma carta-denúncia. Este livro nos revela o autor, seus pensamentos, sua vergonha, sua revolta e sua surpreendente lucidez. Mas sobretudo, é uma carta de amor, pois que esse turbilhão de sentimentos foi aquilo que o ajudou a manter-se, na medida do possível, íntegro e atuante, durante sua estadia na prisão. Oscar Wilde despido de suas máscaras sociais. Vale a pena.

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