Com relacão à postagem anterior, encerrando minha fase beatnik, apresentei na íntegra a primeira parte do poema HOWL, de Allen Ginsberg.
O uivo, como foi traduzido aqui no Brasil, é um poema muito interessante. A forma como ele foi escrito, para ser lido em voz alta por uma pessoa absolutamente boa de folego. Prestes a morrer por falta de ar. De preferencia,quase aos berros. Na dúvida, veja o vídeo em que o próprio autor o declama.
É um poema-desabafo. Junto com ON THE ROAD, formam a base daquilo que se entendeu como contracultura. Ele fala das dificuldades dos jovens americanos na era macartista. A busca pela realizacão, muitas vezes fora de alcance. Fala da realidade dos jovens comuns, dos artistas que não se realizaram plenamente.
Demonstra a insatisfacão de toda uma geracão. Conta como a sociedade pode ser opressora com aqueles que estão à sua margem, os homossexuais, os usuários de drogas, as prostitutas. Demonstra o modo de vida dos marginais, e acaba por influenciar todo o comportamento da juventude mundial, subvertendo as regras usuais.
Eu gosto muito desse universo da contracultura. Todo jovem que se diz "revoltado" deveria ler essas obras e ver que nada disso é novidade.
Principalmente gosto de tudo que derivou desse movimento, nas artes. Filmes de James Dean, musicais do quilate de Hair, os festivais de música, a onda hippie que se originou daí.
E principalmente do desfecho. Elis Regina cantando que apesar de tudo, tudo que fizemos ainda somos os mesmo. Como nossos pais. Lindo!
PS:
Esqueci de dizer que Howl foi escrito para Carl Solomon, poeta da geracão beat, cuja obra foi influenciada pelo dadaísmo e com sérios problemas psiquiátricos. Era amigo de Ginsberg e Kerouac.
Voltem ao poema, meus amigos, leiam. Se não puderem ler em inglês, por favor, busquem sua traducão no google. Tudo o que lá está escrito é real, foi parte da vida de Solomon e sua turma.
Beijos.
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