Após a morte de Jesus, seu discípulo João recebeu a incumbência de cuidar de sua mãe. Os Evangelhos nada dizem a respeito de seu paradeiro, e muitas histórias surgiram a respeito. Desde José de Arimatéia, rico comerciante e amigo próximo da família, a teria levado para a Franca, até relatos que Maria teria ido com João para a Ásia, onde ele a escondeu nas colinas de Éfeso, sossegada e próxima à cidade, onde ela teria vivido seus últimos dias a salvo das peregrinações e perseguições.
Nessa minha viagem à Turquia, tive a oportunidade de visitar as bonitas colinas de Éfeso, e em especial, a colina onde estaria a casa de Nossa Senhora e garanto que foi uma experiência muito diferente.
Embora a casinha não seja exatamente a original e sim uma reconstrução, o local é muito bonito e eu acredito sinceramente que possa ter sido o local onde Maria passou os últimos dias de sua vida.
Algumas pessoas se emocionam ao entrar na casa, e eu confesso que também aconteceu comigo, de chorar disfarcadamente, em imaginar tudo o que passou Maria. Depois que temos nossos próprios filhos é que compreendemos a dimensão do amor materno, antes impossível. Ver a carne de seu filho crucificada e dilacerada, exposta e finalmente morta, deve ter sido terrivel. Depois, ter de se esconder, fugir. Se foi entregue aos cuidados de João é porque certamente não tinha mais ninguém por ela. Pensei em em Maria como em uma pessoa da família, já velha e doente e muito, muito sozinha.
A casa que se pretende reconstituída como a original, tinha três pequenos cômodos. Uma entrada, uma saleta com um altar e finalmente um quartinho com a porta dos fundos. Talvez o quarto de dormir.
Ainda que todos os relatos e visões não passem de um equívoco bem intencionado, posso assegurar, o local tem uma energia muito diferente e especial. Emociona, mas também conforta. É um local de preces e passa aos visitantes muita esperança. Um mural dos desejos esta próxima a fonte. Lá amarramos nossos pedidos, junto a muitos outros, já desbotados pela chuva.
Na volta nos deparamos com o lado comercial que hoje está presente em todos os lugares, desde o Vaticano, até a Casa de Lucia, que também conheci há alguns anos. Comprei um terço de prata e uns vidrinhos decorados que enchi com a água do poço, para distribuir na crisma das crianças lá de casa.
Não sei se me farei entender se digo que alguma coisa em mim voltou de lá modificada. Na verdade, uma imensa saudade de quem já fui um dia, muito mais perto das coisas de Deus.
Lembrei-me de uma música que era parte de meu cotidiano, até alguns anos atrás, nem sei dizer quando, e fui aos poucos me afastando da prática católica: a belíssima Consagracão à Nossa Senhora.
"Oh, Minha Senhora e também minha mãe
Eu me ofereço, inteiramente, todo a vós.
E em prova da minha devoção, eu hoje vos dou meu coração.
Consagro a vós meus olhos, meus ouvidos, minha boca
Tudo o que sou, desejo que a vós pertença
Incomparável mãe, guardai-me e defendei-me,
Como filho e propriedade vossa, Amém.
Como filho e propriedade vossa, Amém.
Oh, Minha Senhora e também minha mãe
Eu me ofereço, inteiramente, todo a vós.
E em prova da minha devoção, eu hoje vos dou meu coração.
Consagro a vós meus olhos, meus ouvidos, minha boca
Tudo o que sou, desejo que a vós pertença
Incomparável mãe, guardai-me e defendei-me
Como coisa e propriedade vossa, Amém."
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