- Não é possível visitar um local como este sem se perguntar:
O que foi que houve aqui?
Como é possível haver um local em que Mesquitas e Catedrais convivam frente a frente, sem se perguntar quando e como e quem.
Observar becos e ruelas em que o tempo parou, resquícios de uma antiguidade que não passou, ao lado dos mais modernos e sofisticados edifícios construídos em aço e vidro.
Ouvir o chamado dos muezins, nos fonoclamas das mesquitas, convidando o povo às orações numa musica em que a letra é incompreensível aos nossos ouvidos, lembrando aos turistas que são turistas, enquanto que eles são o que sempre foram.
Judeus, cristãos e muçulmanos convivendo pacificamente num pedaço do mundo em que o sangue foi abundante, em sangrentos campos de batalha.
Em um esforço silencioso, ouvimos ainda os lamentos de medo, do interior das muralhas sitiadas.
Ouvimos os gritos de mouros e cruzados.
De imperadores destronados, aguardando a morte,
de quinze mil soldados com seus olhos vazados,
das crianças escravas, distantes de seus países de origem,
de uma civilização que teve inicio, meio e fim, como poucas.
Marcia Taube
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