Depois de cumpridas suas obrigações pessoais, para com a sociedade, a família e sabe-se lá mais com o quê, chega a hora do dia (ou da madrugada) em que sua sala lhe pertence, no mais absoluto silêncio. Nessa hora, em determinada poltrona, abre-se um livro e...
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
A CRUZADA DOS MENDIGOS (1096)
Essa incrível história definitivamente pertence ao imaginário da Idade Média, e explicita de forma muito clara os credos humanos desse período. Parecia natural que Deus provesse seus cavaleiros de forma absolutamente mágica, com todos os recursos que se fizessem necessários para o combate com os mouros.
De que outra forma poderíamos compreender o fato de que um eremita denominado Pedro, inflamasse o coração de multidões de populares com seus discursos e os convencesse a ir a pé pelas estradas, até o palco de batalhas, com as roupas do corpo, envolver-se em um conflito de imensas proporções, enfrentando o mais terrível exército de sua época.
Sem um tostão para empreender a longa jornada, estes cruzados-mendigos buscaram atacar os judeus europeus, das cidades vizinhas, nas cidades de Colônia, Praga, entre outras e espalhando o anti-semitismo pela Franca e Inglaterra, liderados por um conde lunático, que inspirado pelas palavras de Pedro, O Eremita, marcou a própria testa em cruz, com ferro em brasa.
Posso imaginar o estupefacto imperador bizantino Aleixo I Comneno recebendo na cidade de Constantinopla essa tropa de maltrapilhos desejosos de lutar. Primeiro tentou desaconselhar o confronto, pediu que aguardassem reforços equipados, mas vendo que seus esforços eram em vão, achou melhor permitir que acampassem fora das muralhas da cidade para evitar tumultos.
O exército turco não se manifestou em ir ao encontro dos invasores, sendo obrigado a combatê-los quando tentaram atacar e transpuseram as muralhas da cidade de Niceia.
Ao cortar a água da cidade, o sultão turco matou-os de sede, e aqueles que decidiram fugir foram exterminados por uma saraivada de flechas.
(Ilustracão de Gustav Doré)
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