Tomie Ohtake
Conheci a obra de Tomie Ohtake aos dezoito, através de uma pintura em tela ampla, pinceladas fortes, de forma espiralar, nas cores vermelha, azul marinho, quando fui conhecer o novo apartamento de meu primo. Ele havia comprado a tela num leilão, e disposto numa parede completamente branca, de pé direito duplo. Não faltava mais nada na casa. Até os móveis de aspecto minimalista pareciam ter sido feito sob medida para não brigar com a imponência da tela.
Interessei-me pela vida e pelo trabalho dessa japonesa, que conseguiu sua cidadania brasileira e que começou a pintar aos quarenta anos de idade. Pinturas, xilogravuras, esculturas...sua obra é completa e luminosa.
Penso que como ela, a maioria de nós pode ter a surpresa de descobrir seus talentos, muitas vezes de forma inesperada, em idade avançada ou em um tempo em que não se está mais preocupado com as coisas muito práticas da vida.
Quem se lembra daquele inusitado polvo amarelo de ferro, na Lagoa Rodrigo de Freitas?
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