domingo, 29 de março de 2009

Dias comuns

Finalmente minhas férias terminaram sem que eu houvesse descansado. Arrumei a casa, organizei uma rotina provisória, para irmos nos virando antes de que possa toda a família estar reunida novamente. É um pouco difícil conciliar tantas coisas,precisei abrir mão (sem muito pesar, é verdade) do personal, das lições de francês ( estava morta aos sábados), mas continuo trabalhando com muito empenho, fazendo faculdade à noite, cuidando da rotina das crianças, das necessidades básicas de compras, de comida, de médico, de lições e tarefas além da leitura de inúmeros textos e artigos necessários ao trabalho que venho desenvolvendo junto ao departamento de arqueologia da universidade. A babá noturna precisou ir embora para o RJ, os quadros ainda não foram todos pendurados e o banheiro do meio ainda não funciona, mas estamos ok. Tenho valorizado muito as pequenas horas vazias do dia, os trinta minutos em que posso tomar banho e jantar com meu filho caçula. A memorável tarde de domingo passado, em que pude receber minhas amigas para um lanche, preparado com muito carinho. Em cada lugar coloquei um presentinho, para dizer que embora sempre muito ocupada, não as esqueço e que são importantes em minha vida. Também adorei, ao final de uma tarde, ter ido filar um lanchinho, sem ter sido convidada, levada por uma outra amiga com quem passei o dia na Bolívia. Ficamos todas na cozinha, sem maiores cerimônias, abrindo a massa do pastel, colocando o recheio dentro e dispondo na chapa, e depois tomamos bolo com refrigerante. E claro, fofocando, bastante satisfeitas. Por um momento acreditei que seria muito feliz em poder ficar em casa, todos os dias, só cuidando das minhas gavetas e fazendo geléia. Minha amiga libanesa me fez desejar ter uma vida mais sossegada, mas foi só naquele sábado. Já contratei outra babá, para que meu pequeno não precise mais ficar me aguardando na biblioteca e incomodando, morto de sono, aos outros alunos. Em compensação, passei meu dia de folga assistindo à trilogia clássica de Guerra nas Estrelas juntinho com ele. Jantamos juntos, todos, no melhor restaurante da cidade. E estou pensando em aceitar, sim, uma proposta de integrar um grupo de três para escrever um artigo sobre uma Igreja da região, mas isso ainda fica em segredo... beijos, Márcia

quarta-feira, 25 de março de 2009

Aos muito amigos

Hoje sei quem são meus verdadeiros amigos. Olho ao meu redor e os enxergo claramente. Sei que todos precisam sobreviver, que tem papéis a desempenhar, apesar de muito nos amar. Olho em cada olho, lá dentro e deixo que isso muitas vezes fale por mim. Muitas pessoas acreditam que eu sumi, mas não os meus amigos, que sempre estiveram aqui. Em minha casa, nos finais de tarde, ao telefone ainda que rapidamente, quem queria me achar, achou. Quem queria dizer algo, disse. Agradeço aos muito queridos por esse respeito, esse carinho, essas verdades, os muitos conselhos. A generosidade dos minutos perdidos, as xícaras de café com adoçante, as mãos que seguraram as minhas, os abraços e todo o apoio do mundo, de gente que eu nem esperava, e foram muitos. Quando os cães revelam sua face, Deus nos envia uma legião de anjos. Fotos sorridentes em jornais, palavras apenas para constar, presenças obrigatórias em eventos sociais. Muitas situações podem nos enganar, é preciso ver além disso, tirar o véu que cobre todas as vontades ... Nem todos tem a Graça de conhecer aqueles que estão, literalmente, ao seu lado. Eu tive. Beijos, Márcia.