segunda-feira, 7 de junho de 2010

Hino da bandeira

Queria contar uma outra coisa esquisita. Que minha mãe, por não conhecer muitas canções, na verdade, apenas duas, costumava nos ninar com o hino da bandeira. Salve o lindo pendão da esperança.Bem, eu gosto. Em outras ocasiões atacava de: Em treze de Maio na cova da Iria No céu aparece a Virgem Maria... Não é de se admirar que eu e minha irmã tenhamos um gosto musical duvidoso e limitado! Por hoje é só.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O visitante- Márcia Taube

Todos os dias, no fim da tarde, sento-me na soleira dessa casa imaginária, que julgo habitar e aguardo com os olhos aflitos o regresso de alguém que virá de surpresa. Esse alguém sem sexo definido, usa um chapéu de palha e monta um pangaré. Vem de muito longe, me trazendo algum agrado embrulhado em papel almaço e fita de barbante. Nunca avisa. Nunca vem. Esse alguém podia ser meu pai, meu avô morto, minha amiga para sempre esquecida. Não tenho pressa nessa chegada, pois me agrada a longa espera. Enquanto fito o horizonte inexistente, agradeço a Deus por aquilo que julgo faltar em minha vida ser tão pequena coisa. Aguardo, pois, com alegria e esperança, minha querida visita. Márcia.

Meu chatíssimo, queridíssimo e amadíssimo blog

Te confesso que andei desanimada de escrever. Até porque acho que ninguém lê as minhas coisas. Até porque eu sou chata pacas. Minha filha disse que devia por muitas fotos, poucos comentários, falar sobre algum interesse em comum entre esta que vos escreve e a maioria das pessoas. Mas todo mundo que eu conheço curte sair a noite, viajar para lugares descolados que não acho graça, conversar coisas que me cansam. Quase ninguém gosta de viajar só para comer coisas, frequentar sebos, lugarejos ermos,missas gregorianas, espetáculos de clássicos revisitados,feiras, floriculturas e cemitérios, de preferencia sozinha, com meus parentes idosos ou meu marido, que preferia (mil vezes) curtir um bom hotel. Apesar da minha idade, eu sou muito, muito velha.Poucos amigos corajosos, me aturam. Pensei em silenciar este blog. Mas, para o azar de todos (rsrsrs!)mudei de idéia quando recebi um post do Antônio Calloni, agradecendo a reprodução de seu poema. Poucas palavras, delicadas. Do fundo do meu coração percebi que buscava essa inteiração com o mundo.Agora, digam ao povo que fico.