terça-feira, 14 de julho de 2009

La vie en Rose, outra vez!

LA VIE EN ROSE Des yeux qui font baiser les miens, Un rire qui se perd sur sa bouche, Voila le portrait sans retouche De l'homme auquel j'appartiens Quand il me prend dans ses bras Il me parle tout bas, Je vois la vie en rose. Il me dit des mots d'amour, Des mots de tous les jours, Et ça me fait quelque chose. Il est entré dans mon coeur Une part de bonheur Dont je connais la cause. C'est lui pour moi. Moi pour lui Dans la vie, Il me l'a dit, l'a jure pour la vie. Et des que je l'apercois Alors je sens en moi Mon coeur qui bat Des nuits d'amour à ne plus en finir Un grand bonheur qui prend sa place Des enuis des chagrins, des phases Heureux, heureux a en mourir. Quand il me prend dans ses bras Il me parle tout bas, Je vois la vie en rose. Il me dit des mots d'amour, Des mots de tous les jours, Et ça me fait quelque chose. Il est entré dans mon coeur Une part de bonheur Dont je connais la cause. Mais uma vez preparando-me para uma viagem especial, em meados de agosto. Desta vez visito minha cidade favorita levando minha mãe e meus filhos. Quem adivinha para onde vamos? Acho que nem preciso dizer. Mas a melhor parte, claro, é a preparação que tenho feito para esses oito dias. Consultas a guias, mapas, revistas de viagem. Aluguei O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, O corcunda de Notre Dame, Ratatouille, Asterix o Gaulês. Busquei em sebos exemplares de Tintin. Meu filho está amando. Estou ouvindo muita Edit Piaf, para desespero de todos. Comprei pela internet Paris é uma festa, de Ernest Hemingway. Li em um dia, anotando todos os locais que ele costumava frequentar com Fitzgerald e James Joyce, para ir também. Reli Madame de Pompadour , Senhora da França, enquanto estive embarcada, de Christine Pevitt Algrant e fiz pesquisas históricas.Em Cuiabá, comprei Fazendo as Malas, de Danuza Leão. Anotei todas as dicas, principalmente as dos pequenos e charmosos bistrôs, onde experimentaremos um pouco de tudo. Fechei um passeio de bicicleta pelos jardins de Monet, cerca de trinta minutos de trem distante de lá. Antes de irmos, veremos O jardim das ninféias, imenso, ao vivo e à cores, no L Orangerie. Como não gosto de viajar de excursão, fechei tudo pela internet, aluguei um apartamento em Saint Germain e comprei as passagens. Tenho trabalhado muito para realizar esses planos. Voilá! Beijos sonhadores, Márcia.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Mentes Inquietas

Queridissimos amigos, Amabilíssimos e ilustres, verdadeiros, prezados e muito, muito adorados, ainda que distantes, amigos: Obrigada por existirem em minha vida, ainda que eu seja inconstante e distraída. Por não desistirem de me querer bem, mesmo tendo esquecido seu aniversário. Por não terem me criticado ao perceber que acenaram no vácuo, sem que eu visse ou percebesse nenhum movimento. Por comentarem, bem humorados, que mais uma vez me viram em tal lugar e que eu levei mais de uma hora para perceber! Que estavam exatamente ao meu lado e mesmo assim foi preciso que me cutucassem! Agradeço aos generosos amigos por não terem desistido de mim, nem me julgado mal, enquanto fui, aos poucos, percebendo que este problema tem um nome e também tratamento. Que apesar de tudo, não tenho feito tratamento algum, já que descobri em idade adulta e que nunca interferiu em minha vida estudantil, nem profissional, pois desenvolvi mecanismos de compensação muito eficientes e organizados. O hiperfoco, ao contrário, foi de extrema utilidade em todos os concuros dos quais participei e fui aprovada, principalmente o último vestibular que prestei, tendo sido a segunda colocada, concorrendo com gente bem mais jovem e recém saída da escola. Não posso esconder o orgulho que tive de mim mesma e dessa força de vontade que a tudo tem superado. Que nem sei de onde vem, mas tem feito de mim uma vencedora. Talvez tenha influenciado um pouco em minha vida social, mas para quem me quer bem, meu jeito de ser, às vezes, é motivo de riso benevolente. Para quem não quer, é indiferente, de verdade, pois não me conhecem. Devem achar que sou mal educada... Tudo bem, não se pode agradar sempre, não vou viver me justificando, pois não escolhi isso. Beijos, PS: Se puderem, leiam de Ana Beatriz Silva: Mentes Inquietas. Márcia.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Visitante das galáxias

Cresci e fui criada em casa de pessoas muito velhas, cuidada por minha avó e bisavó, por isso fiquei um pouco esquisita. Como não podia descer para brincar com as outras crianças, fui criando um mundo só meu, repleto de personagens de história em quadrinhos, que caprichosamente desenhava e coloria. Também descobri que podia desenhar objetos, pessoas e construções arquitetônicas, perfeitamente. Descobri que podia aprender linguas, sozinha. Comecei a pesquisar sobre a vida de mulheres célebres, personagens históricos, escritores, autores de peças teatrais. Li tudo sobre Cecilia Meireles, Bandeira, Pessoa. Comecei a escrever, sob influencia deles, ganhei alguns premios em concursos de poesia. Também escrevi coisas muito ruins, uma barbaridade, mas que na época eu achava o máximo. Estão guardadas, pois são engraçadas e bem pretensiosas, como a maioria das coisas que fazemos na juventude. Fui sem querer, tornando-me uma verdadeira desgraça nos esportes, desperdiçando minha altura por ter medo da bola, afastando-me assim dos grupos de amigos que poderiam ter me ensinado a jogar totó, sinuca e baralho. Em compensação, podia distinguir móveis de época, classificar louças inglesas, chinesas e cristais, nada desse universo escapava ao meu conhecimento, já que esses objetos faziam parte do meu cotidiano. Mas isso era um bocado esquisito para uma criança. Quando comecei a reparar que eu era diferente das outras meninas, já era adolescente. Minha avó fazia minhas roupas e bordava minhas camisetas, enquanto todo mundo já curtia Company e Cantão. Eram os anos 80, e tudo se passou tão rápido que parece que foi em outra vida. Participei de um grupo jovem, conheci muitas pessoas que pensavam como eu. Fiz alguns trabalhos bonitos com essas pessoas. Visitei presídios, fui garçonete em almoços beneficentes. Conheci o Chacrinha nas obras da irmã Zoé. Quase namorei um Filipe, quase é ótimo, tinha a certeza de que estávamos nesse caminho, até ele se decidir pelo seminário. Acho que estou escrevendo isso para justificar um pouco o fato de habitar universos paralelos, causando um pouco de estranhamento aos que me conhecem de perto. Mas nesse fantástico mundo, a criatividade muito bem humorada impera sobre o cotidiano. Beijos.