quarta-feira, 23 de março de 2011

O Cristianismo na Região da Capadócia

Jesus Cristo tinha por volta de30 anos quando pregou na Palestina uma nova doutrina denominada de Cristianismo.
Acusado pelo governador romano Pôncio Pilatos de tentar subverter a ordem e fundar um novo estado, foi crucificado. No entanto, o cristianismo espalhou-se principalmente graças a seus apóstolos, que através de pregações, arregimentaram diversos seguidores, por todas as regiões do planeta, entre elas a capadócia. Em postagem anterior citei as viagens de Paulo por Éfeso e regiões vizinhas.
Grandes homens religiosos nascidos na região , ajudaram a difundir a doutrina cristã, tais como São Gregório de Nyssa e São Basílio. Estes homens santos, após terem-se convertido, ajudaram a construir pequenos mosteiros, lugares de retiro, normalmente nos vales e leitos dos rios, em locais de acesso restrito, uma vez que o Cristianismo ainda não era livre.
No ano de 310, Constantino tornou-se o imperador de Roma, após um agitado período de revoltas e agitações civis em Roma. No ano de 313, deu liberdade ao Cristianismo e mudou para Bizâncio a capital do império romano, fundando a cidade de Nova Roma, que passou para a história com o nome de Constantinopla. Também já tratei anteriormente desse assunto no blog...
A religião desenvolve-se rapidamente na Capadócia, sob a influência do patriarcado de Constantinopla e inúmeras Igrejas e mosteiros são edificados.
No século VII, a religião muçulmana expandia-se e pressionava as fronteiras da cidade. No interior no país, a forca dos mosteiros fora diminuída devido a leis que por mais de cem anos impediam a iconoclastia, ou seja, a adoração de imagens, que estavam sendo realizadas, a ponto de gerar idolatrias em algumas regiões.
Foi necessário a intervenção da Imperatriz Teodora (cuja história também relatei em publicações anteriores) para que se reestabelecesse na região a construção de Igrejas na região de Goreme, através da permissão para o uso dos ícones, no ano de 843.
Novas Igrejas foram prontamente construídas nos vales de Goreme, de Soganli e de Ihlara, vindo a somar-se a diversas outras que já existiam desde os primeiros séculos de nossa era, criadas pelos primeiros cristão a habitar a região. São incontáveis, mas estima-se que cerca de 400 Igrejas devam existir, talvez mais.
Escavadas no interior de rochas vulcânicas, tiveram seus interiores pintados com afrescos, cujos motivos foram tirados do Evangelho, auxiliando aos monges no ofício da conversão.
A maior parte das pinturas foram realizadas depois da época iconoclasta. São de uma beleza singular. Suas linhas buscavam repetir os motivos que estavam em moda em Constantinopla, com muito dourado no lugar dos mosaicos, e representações típicas como por exemplo, o Cristo Pantocrator, a Santa Ceia, o batismo de Cristo, a crucificação, entre outros.
De tão espetaculares, creio que mereçam uma postagem a parte. Vale a pena aguardar, pois será a próxima publicação aqui no blog!

terça-feira, 22 de março de 2011

As residências trogloditas


Imagine que coisa prática, ao invés de construir uma casa, escavá-la nas rochas porosas da região! Se bem que, olhando de perto, os entalhes são bem pequenos e deviam demandar um tremendo esforço familiar. Mesmo assim, as pessoas preferiram morar dessa forma, talvez devido a proteção térmica oferecidas pelas cavernas rochosas.
Vejam essas lindas cerâmicas turcas, dispostas em nichos esculpidos nas paredes:




Desde a década de 50, quando começou a chegar os primeiros turistas na região, as residências começaram a ser abandonadas e os moradores se mudaram para a cidade.
A maioria hoje esta vazia, ou serve de hotéis e restaurantes. Mas nem todas. Essa montanha aí parece ser um prédio de vários andares.


Ops, dá licença, moco...
Apesar de minha humilde câmera fotográfica ser uma Sansung categoria turística de 12 megapixels, consegui aproximar o suficiente para fuxicar lá dentro!

O Cemitério dos falos gigantes


Após a derrota dos Titãs, Hércules enviou para a Grécia os inúmeros corações e falos decepados dos monstros, para oferece-los à Zeus em sacrifício, como forma de celebrar sua vitória e erguer homenagem àqueles que perderam suas vidas lutando bravamente.
No entanto, em sonho recebeu a visita de Minerva que alertou ao herói que se a carne dos titãs fosse ingerida em banquete, ou seu sangue bebido, a maldição que fora quebrada tornaria a perpetuar-se na terra. Assim sendo, nosso herói decide transportar os restos mortais para um local distante e os enterra em meio a um vale deserto e silencioso, que julgava inabitado.
Ali planta os órgãos dos monstros, na esperança de que sua forca vital seja suficiente para fazer florir o vale na primavera e seu coração agora no interior da terra, esteja resguardado de fazer mal aos humanos.
Esta bela história, que pretende explicar as inúmeras formações rochosas existentes unicamente na Capadócia, poderia facilmente estar relatada na mitologia grega, mas não está: fui eu quem inventei.
Isso porque minha fértil imaginação simplesmente não conseguiu enxergar as ditas chaminés de fadas.
Para os pudicos habitantes da região, tais formações são assim conhecidas porque no subsolo existe o país das fadas e aquilo que vemos na superfície são simplesmente o ducto de saída das chaminés.
Ah, bom!

PS: Essa foto eu tirei do google images, pois as minhas não eram suficientemente representativas...

quinta-feira, 17 de março de 2011

Visitando a Capadócia

Existem diversas maneiras de se visitar a Capadócia. Desde excursões partindo do Brasil, oferecidas por inúmeras agências, já que o turismo na região tem crescido bastante, ou por conta própria. Neste caso, na cidade de Istambul pode-se fechar um pacote de passeio em alguma agência ou alugar um carro e munido de um guia e mapas comprados por lá mesmo, seguir viagem, depois de embarcar o veículo em uma balsa para fazer a travessia para o lado asiático do continente.


As estradas são muito boas e o povo simpático e hospitaleiro, muito embora no interior, haja dificuldades em se compreender o inglês, a menos que você se hospede em hotéis maiores.




Alguns lugares atraem a atenção dos turistas que visitam a região e devem ser visitados:
- A dos vales em que as chaminés de fadas são atrações. Indico sem sombra de dúvidas o passeio de balão, que apesar de relativamente caro (cerca de 140 euros por pessoa), valem cada centavo. Eu diria mesmo: imperdível. Várias empresas agenciam e o próprio hotel pode indicar uma delas.


-A hospedagem em hotéis-caverna na região. Vale a pena desembolsar um pouco mais por essa experiência, apesar dos bons hotéis turísticos que já existem na região. Alem do Yunak, o Museum foi outra opção que considerei. Mas há muitos outros, para diversos bolsos e gostos.


-As Igrejas rupestres inteiramente ornadas de afrescos, no museu a céu aberto de Goreme.


-As cidades subterrâneas, cuja construção remonta aos anos anteriores à vinda de Cristo e são consideradas a oitava maravilha do mundo antigo. Foram utilizadas como abrigos e lugares de culto clandestino, nos primeiros anos de nossa era.


Depois de passar por aqui, mesmo os viajantes mais experientes chegarão a conclusão de que nunca viram nada parecido na vida.

História da Capadócia


A história da Capadócia começa há milhões de anos atrás, quando após o resfriamento das lavas dispersas pelos vulcões da região, a raça humana iniciou seu processo de migração para o local. Povoados neolíticos , datados de 9 a 10 mil anos de idade foram encontrados por J. Melleart em 1958.


Artefatos coloridos, tais como cerâmicas, vasos e panelas, estátuas de deusas (Vênus) gordas, jóias refinadas, fornecem uma idéia da excepcional cultura e do passado do mais antigo povo da região.





Sucessivas expedições arqueológicas acabaram por revelar utensílios da idade do bronze ( 3.500 a 300 a.C. ).


Ainda hoje, na região de Avanos, os fabricantes de vasos perpetuam-se com os antigos métodos, herdados dos antigos, usando primitivas rodas de madeira.
Escavacões em Hattusa e em Kanesh forneceram informações detalhadas a respeito de um poderoso estado Hitita, estabelecido na região devido a fusão dos Proto-Hititas primitivos com o povo de Nesa e que sobreviveu até o ano 1200 a.C, quando iniciou-se as invasões da Anatólia, culminando com a destruicão e eliminação desse império.
Dezesseis séculos antes de nossa era, essa civilização , que rivalizava com o Egito o título de mais poderosa de sua época, deixou imenso legado arquitetônico na região deHattousa, capital de seu império. As famosas portas dos Leões impressionam, ainda hoje, a todos aqueles que as conhecem.
Após a queda, foram fundados alguns ducados na Anatólia central, que permaneceram durante muito tempo sem soberano até que no século VIII, a.C, foram conquistados pelos Frígios.
Pouco se sabe sobre a origem desse povo, ou do primeiro lugar onde se instalaram, ou mesmo como fundaram um estado, que acabou por tornar-se muito poderoso. Pelo historiador Heródoto, tomamos conhecimento de que eram grandes criadores de cavalos e que vieram da Europa, através dos estreitos que dão passagem à Asia. A cultura Frígia era muito rica, e transmitida através de representações de deusas e lendas que vieram mais tarde a influenciar a civilização romana.
Depois dos Frígios, a Capadócia foi ocupada pelos Medos, por um breve período de tempo, sendo logo derrubados pelos Persas, que conquistaram toda a Anatólia no ano de 547 a.C.
O império persa foi um dos maiores da história da humanidade, e todos já ouviram falar de seus feitos, do rei Dário, de Ciro, de Xerxes... inúmeros filmes trataram desse assunto, bem como daquele que o sucedeu: Alexandre, O Grande.
Alexandre conquistou quase todo o mundo da antiguidade conhecido. Sob seu domínio, a capadócia teve suas fronteiras alargadas até o mar negro, ao norte e até o Eufrates, a leste.
Os sátrapas (governadores) persas por ele nomeados, mandaram vir para seus palácios, artistas e sábios gregos, que a transformaram , pouco a pouco, as cidades da região em cidades helênicas, determinando e justificando para a posteridade, o domínio da cultura helênica na capadócia.
No entanto, Alexandre morreu sem deixar herdeiros e teve seu grandioso reino dividido entre seus generais.
Um deles, denominado Diadochi ficou com a Capadócia e fundou pequenos reinos que lutaram entre si durante 300 anos e acabaram por ser vencidos no ano de 30 a.C pelos Romanos. Diversas cidades romanas ainda hoje podem ser visitadas, na região e estão repletas de ruínas históricas, umas mais bem preservadas que outras, como por exemplo, Hierápolis.
Em Ankara, capital da Turquia, existe o Museu das Antigas Civilizacões da Anatólia, para quem desejar se aprofundar no assunto ou apreciar um pouco mais de sua cultura. Foi lá que eu tirei as fotos que ilustram essa publicacão.



Aos amigos confesso que após minha viagem a Capadócia, ainda necessitei de umas semanas para organizar tudo o que havia visto, ouvido e sentido.
Fotos, anotações particulares em minha inseparável caderneta e livros que comprei nas regiões visitadas, me auxiliaram nesta tarefa. Um deles , que utilizei como fonte de pesquisa para este texto e também o anterior, chama-se “Capadócia - o berço da História” (terrivelmente traduzido para o português), cujo autor é Omer Demir (membro da sociedade internacional de pesquisa arqueológica) e foi impresso pela gráfica Pelin Ofset Ltda, no ano de 2010. Editora? Esquece isso!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Passeio de balão pelo Vale do Goreme


No dia seguinte à nossa chegada, tivemos a coragem de levantar antes do sol, para essa experiência imperdível.



Amanhecendo em um local especial



Acho que essas imagens falam mais!

Dormindo num hotel-caverna

Chegamos à noite no vilarejo de Urgup, na Capadócia. Fomos surpreendidas pela beleza rústica das ruas e muros, construídos em blocos de pedras muito claras, que também pavimentavam o chão.
O ônibus deixou-nos em uma pracinha, aguardando o carro do hotel e fazia muito frio, de modo que por todos os lados podíamos ver a neve do dia anterior, acumulada ao longo do trajeto. Não demorou muito, estavamos confortavelmente aquecidas no interior da van, e completamente deslumbradas com o caminho. A conducão subia por ruas bem estreitas, passavamos bem rente aos muros, cuja luz da rua emprestava uma coloracão amarelada, contrastando com a mais negra escuridão de fora.


Mas o melhor estava por vir: Quando chegamos ao nosso destino, quase caímos para trás com a visão deslumbrante, em que a fachada cuidadosamente iluminada do hotel se revelava. O Yunak Everly era exatamente como no livro (ver post anterior), um hotel inteiramente esculpido na rocha, à base de muitos cinzéis e paciência, durante os séculos V e VI.




Fomos muito bem recebidas pelo gerente,fizemos nosso check-in acomodadas em uma saleta em que até o lustre era esculpido e enquanto brindávamos nossa aventura com champanhe, nossa bagagem foi acomodada em nossos quartos.
Minhas companheiras de viagem eram minha mãe e Adriana, uma moca muito simpática que conhecemos durante a excursão, firmamos amizade e seguimos juntas daí em diante.
Muito alegre, nossa amiga não parava de exclamar:
-Obrigada, Deus, por ter me deixado visitar isso daqui!
Há dois anos está curada de um câncer, e seu alto astral maravilhoso contagiou a todos.
Observamos o labirinto de passagens estreitas e escadarias curvas, que levavam aos quartos, decorados no estilo otomano, com móveis antigos, tapetes persas e candelabros altos.





Os banheiros eram de mármore, e o nosso tinha duas banheiras, sendo uma de hidromassagem. As pias ficavam no interior de móveis de madeira, dando ao quarto um aspecto elegante e ao mesmo tempo acolhedor.



O hotel teve o cuidado de nos reservar um quarto no primeiro piso, por causa da idade de minha mãe. E o mais charmoso de tudo: para entrar nos apartamentos, antes passavamos por um pátio privado, cuja porta de madeira, imensa, era aberta com chaves igualmente enormes.



Cansadas, resolvemos jantar primeiro, e deixar o banho para a hora em que iríamos direto para a cama, evitando desse modo, ter de vestir novamente as diversas camadas de roupa que nos protegiam do frio.
O restaurante ficava do lado de fora do hotel, sobre um pátio de pedra, que na manhã seguinte nos brindaria com a maravilhosa paisagem da capadócia. Mas naquele instante, tudo o que queríamos era nos acomodar próximas à lareira e tomar uma tacinha de vinho da casa, enquanto nosso menu era servido.

Foi um belo momento, talvez uma das melhores lembrancas de minha vida, junto de minha mãe.
Outra lembranca nos aguardava, quando voltamos ao quarto: meu marido pediu ao gerente do hotel que nos enviasse uma garrafa de vinho, e lá estava ela, com as tacas, colocadas sobre a arca. Aliás, durante todo o trajeto recebi flores, caixas de chocolates e outros presentinhos que meu amor ia me enviando.
Mas o melhor ainda não havia chegado, estava reservado para o dia seguinte. Isso eu conto depois...
Para quem quiser visitar esse maravilhoso local, deixo aqui o site, para reservas:

http://www.yunak.com/index.php

sexta-feira, 4 de março de 2011

Bed in a tree



Na última vez que fui ao Rio de Janeiro, creio que há dois anos, em uma livraria de Ipanema comprei um livro chamado "Bed in a Tree- and other amazing hotels from around the world".
A autora:Bettina Kowalewski, escritora e fotógrafa que também produz e dirige um programa de viagens popular na Inglaterra e na Alemanha.
Divertido e bem ilustrado, mostrava -como sugere o tíltulo- inúmeros quartos de hotel em locais inusitados.
Quem nunca imaginou dormir em árvores, tendas, vagões de circo,castelos encantados, debaixo do oceano ou no quintal? Três delas achei bizarrices: numa maleta, na cadeia (pesada, essa) e num buraco escavado sob o gramado, num monte de feno. Talvez a casinha de cachorro também possa ser acrescentada nessa lista, mas tem gosto para tudo.
Se você sonha em um dia dormir em uma cápsula espacial, ou num caixão de velório, este livro lhe mostra onde.
Uma achei esplendorosa: passar a noite em um hotel escavado na rocha. Sim, dormir em uma caverna é a minha cara. Confortável, então, nem se fala.
Quando decidi ir para a Turquia, não tive dúvidas: fechei com minha agência um extra por essa hospedagem e garanto que não me arrependi.
Escolhi o hotel do livro, o Yunak Everly hotel, na Capadócia, cujas fotos e comentários deixo para o próximo post.

Adoooooooro textos introdutórios!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Entre dois continentes


Da janela do meu hotel na cidade de Istambul,em uma manhã cinzenta de inverno, me deparo com essa paisagem quase surreal.
À direita está a Ásia, e à esquerda, a Europa, dividida entre a área histórica e a área moderna.
Entre os dois continentes, está o Estreito de Bósforo, que vai ligar o Mar Negro, ao norte, ao Mar de Mármara, ao Sul.
Esta outra imagem, abaixo, eu peguei do google maps, e elucida bem essa questão de uma cidade estar justamente entre os dois continentes e posiciona os mares e o estreito que os une.


Estamos na Europa ou na Ásia? Depende do bairro.

quarta-feira, 2 de março de 2011

O Olho turco



Amei essa árvore, toda enfeitada de olhinhos de vidro, na beira de uma estrada na Capadócia.
Por todos os lados, o que mais se vê são esses olhos turcos, amuletos típicos da Turquia.
Hábito que remonta aos romanos,que os usavam para combater o mau-olhado, ou melhor, revidar o olhar ameacador da legendária medusa, que a uma simples olhada, convertia em pedra seus oponentes.
Não é a toa que nos frontões das maiorias de templos e casas romanas, uma figura da medusa garantia protecão a seus moradores.
Essa foto eu tirei em Éfeso...

Ruínas de Pérgamo

Sobre uma colina no interior da Anatólia, existiu a cidade de Pérgamo, fundada no século V a.C; que acabou por tornar-se uma das mais importantes capitais do império romano durante o período helenístico.
Seus templos eram monumentais, e tanto sua biblioteca quanto seus recursos médicos a tornaram uma espécie de capital cultural e importante centro político e administrativo de sua época.
Por volta do século IV a.C. curas milagrosas já eram relatadas por aqueles que buscavam o Santuário de Esculápio, atendido por sacerdotes , e que acabou tornando a cidade de Pérgamo um importante centro de peregrinação para aqueles que padeciam de graves enfermidades.
Subindo a colina, logo na entrada da cidade, o visitante era apresentado a uma magnífica construção, denominada de Altar de Pérgamo, dedicado a Zeus e erigido no século II a.C.
Atualmente este altar pode ser visto no Museu Pergamon em Berlim, para onde foi transferido no final do século XIX, após uma expedição arqueológica liderada por Carl Humann.
Sua impressionante biblioteca competia com a de Alexandria no Egito, de tal forma, que esta proibiu a exportação de papiro para Roma, imaginando com isso deter a concorrência. Ao contrário, a cidade de Pérgamo prosperou ainda mais, através da substituição dos papiros por pergaminhos, feitos do couro macio das cabras, e que acabou por nomear a cidade.
Quando Marco Antonio doou à Cleópatra as obras da Biblioteca de Pérgamo, todos os manuscritos foram transferidos para a cidade de Alexandria, e a cidade perdeu sua importância cultural.
Nas condições em que hoje se apresenta, exige do viajante uma dose cavalar de imaginação.
Um dos poucos monumentos que ainda se encontram em melhor estado são o Templo de Trajano e o anfiteatro romano.



terça-feira, 1 de março de 2011

O Mosteiro de Mevlana na cidade de Konya

“Come, come again, Whoever you are, come!
Heathen, fire worshipper or idolatrous, come!
Come even if you broke your penitence a hundred times,
Ours in the portal of hope, come as you are.”
Mevlana Celadeddin Rumi

Mevlana Celaddiin-I Rumi foi um sábio místico que viveu no século XIII, na Anatólia, como é conhecida a parte leste do interior da Turquia.
Apesar de muçulmano, não seguia a doutrina de forma ortodoxa e criou a sua própria filosofia. Pregava a tolerância ilimitada, a bondade divina,a caridade e o crescimento através do amor. Para ele todas as religiões eram válidas, embora algumas estivessem mais próximas da verdade.
Seus ensinamentos de paz e tolerância acabaram por tocar o coração dos homens de vários credos e nações, entre eles o papa JoÃo XXIII, que reconhece sua importância no ano de 1958, em especial menção a sua memória. Seus livros estão até hoje, na lista dos mais vendidos nos EUA.
Utilizava a dança como forma de expressão, e talvez seja mais conhecido pelas apresentações de seus dervixes rodopiantes, que acabaram por fazer parte da história , dos costumes e da cultura da Turquia.
Esta dança, conhecida como Sema, é parte da inspiração de Mevlana, e representa uma uma jornada mística e espiritual humana, até encontrar o amor e perfeição divina.
Tive a oportunidade de assistir a uma apresentação e abaixo publico a única foto que consegui tirar, pois o ambiente estava muito escuro.



Seus restos mortais repousam ao lado dos de seu pai, na cidade de Konya, em um mausoléu que foi erguido em sua homenagem e que hoje também funciona como um museu da ordem dos Levis, um local sagrado de peregrinação.




Infelizmente, as fotos no interior dos ambientes não eram permitidas e havia muitos vigilantes! Mas posso afirmar que os túmulos eram interessantíssimos, cada qual ostentando no topo o turbante do falecido.
Além disso, os objetos de uso pessoal de Mevlana bem como de seus sucessores, livros sagrados e relíquias também estão lá, bem guardados.
Na área externa, um pátio com uma fonte, além das salas de aula em que seus alunos vinham a ter contato com sua doutrina, e a cozinha, que funcionava como o centro de tudo, o coracão da casa.


Trecho de Mevlana



“In generosity and helping other be like a river;
In compassion and grace be like a sun;
In concealing other’s faults be like night;
In anger and fury be like dead;
In modesty and humility be like earth;
In tolerance be like a sea;
Either exist as you are,
Or be as you look.”

Mawlana Jalaluddin Rumi