domingo, 5 de abril de 2009

Considerações sobre um trecho de Funari...

Queridos, nessa bela tarde de domingo, ao invés de estar curtindo imensamente a bela piscina aqui de casa, ou mesmo tirando um cochilinho depois do almoço, tenho a oportunidade de ler um texto de Pedro Paulo Funari, pois tenho prova de arqueologia na segunda-feira. Escolhi o trecho abaixo para dividir, espero que apreciem: " O caráter periférico do Brasil no contexto científico internacional e a importação de conceitos europeus por parte de nossas elites viriam a gerar um duplo movimento de identidade cultural. Por um lado, a valorização de um passado aqui territorialmente inexistente, representado no culto às elites clássicas, desde o Egito Faraônico, passando por gregos e romanos, até chegar às monarquias modernas. Por outro, a imposição, desde a década de 1870, das idéias de progresso e, nos últimos anos, de desenvolvimento. Assim, à valorização de um passado externo correspondeu a destruição física e ideológica da memória nativa, seja a indígena seja a "herança atrasada" a ser superada pelo desenvolvimento. Esses dois fatores, isolamento científico e identidade cultural subordinada a modelos externos, viriam determinar as funções básicas da arqueologia em solo brasileiro. Trata-se em nosso meio, de uma disciplina acadêmica importada, implicando uma atuação marginal em termos da cultura nacional. De fato, na medida em que os vestígios arqueológicos no Brasil se referem, em geral a comunidades indígenas exterminadas durante a colonização do país, a escavação dos sítios pré-históricos desvincula-se dos interesses dos principais segmentos sociais." Bastante esclarecedor, precisamos nos acostumar e difundir a idéia de que nosso passado não remonta aos quinhentos anos preconizados numa visão colonizadora, nossos vestígios têm em torno de doze mil anos. Além disso, a cerâmica mais antiga das Américas não é Maia, nem Inca, nem Asteca. É a cerâmica Mina, amazonense. Procurem no google. Beijos, obrigada por me aturar, estou impossível ultimamente. Márcia.

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