quinta-feira, 17 de março de 2011

História da Capadócia


A história da Capadócia começa há milhões de anos atrás, quando após o resfriamento das lavas dispersas pelos vulcões da região, a raça humana iniciou seu processo de migração para o local. Povoados neolíticos , datados de 9 a 10 mil anos de idade foram encontrados por J. Melleart em 1958.


Artefatos coloridos, tais como cerâmicas, vasos e panelas, estátuas de deusas (Vênus) gordas, jóias refinadas, fornecem uma idéia da excepcional cultura e do passado do mais antigo povo da região.





Sucessivas expedições arqueológicas acabaram por revelar utensílios da idade do bronze ( 3.500 a 300 a.C. ).


Ainda hoje, na região de Avanos, os fabricantes de vasos perpetuam-se com os antigos métodos, herdados dos antigos, usando primitivas rodas de madeira.
Escavacões em Hattusa e em Kanesh forneceram informações detalhadas a respeito de um poderoso estado Hitita, estabelecido na região devido a fusão dos Proto-Hititas primitivos com o povo de Nesa e que sobreviveu até o ano 1200 a.C, quando iniciou-se as invasões da Anatólia, culminando com a destruicão e eliminação desse império.
Dezesseis séculos antes de nossa era, essa civilização , que rivalizava com o Egito o título de mais poderosa de sua época, deixou imenso legado arquitetônico na região deHattousa, capital de seu império. As famosas portas dos Leões impressionam, ainda hoje, a todos aqueles que as conhecem.
Após a queda, foram fundados alguns ducados na Anatólia central, que permaneceram durante muito tempo sem soberano até que no século VIII, a.C, foram conquistados pelos Frígios.
Pouco se sabe sobre a origem desse povo, ou do primeiro lugar onde se instalaram, ou mesmo como fundaram um estado, que acabou por tornar-se muito poderoso. Pelo historiador Heródoto, tomamos conhecimento de que eram grandes criadores de cavalos e que vieram da Europa, através dos estreitos que dão passagem à Asia. A cultura Frígia era muito rica, e transmitida através de representações de deusas e lendas que vieram mais tarde a influenciar a civilização romana.
Depois dos Frígios, a Capadócia foi ocupada pelos Medos, por um breve período de tempo, sendo logo derrubados pelos Persas, que conquistaram toda a Anatólia no ano de 547 a.C.
O império persa foi um dos maiores da história da humanidade, e todos já ouviram falar de seus feitos, do rei Dário, de Ciro, de Xerxes... inúmeros filmes trataram desse assunto, bem como daquele que o sucedeu: Alexandre, O Grande.
Alexandre conquistou quase todo o mundo da antiguidade conhecido. Sob seu domínio, a capadócia teve suas fronteiras alargadas até o mar negro, ao norte e até o Eufrates, a leste.
Os sátrapas (governadores) persas por ele nomeados, mandaram vir para seus palácios, artistas e sábios gregos, que a transformaram , pouco a pouco, as cidades da região em cidades helênicas, determinando e justificando para a posteridade, o domínio da cultura helênica na capadócia.
No entanto, Alexandre morreu sem deixar herdeiros e teve seu grandioso reino dividido entre seus generais.
Um deles, denominado Diadochi ficou com a Capadócia e fundou pequenos reinos que lutaram entre si durante 300 anos e acabaram por ser vencidos no ano de 30 a.C pelos Romanos. Diversas cidades romanas ainda hoje podem ser visitadas, na região e estão repletas de ruínas históricas, umas mais bem preservadas que outras, como por exemplo, Hierápolis.
Em Ankara, capital da Turquia, existe o Museu das Antigas Civilizacões da Anatólia, para quem desejar se aprofundar no assunto ou apreciar um pouco mais de sua cultura. Foi lá que eu tirei as fotos que ilustram essa publicacão.



Aos amigos confesso que após minha viagem a Capadócia, ainda necessitei de umas semanas para organizar tudo o que havia visto, ouvido e sentido.
Fotos, anotações particulares em minha inseparável caderneta e livros que comprei nas regiões visitadas, me auxiliaram nesta tarefa. Um deles , que utilizei como fonte de pesquisa para este texto e também o anterior, chama-se “Capadócia - o berço da História” (terrivelmente traduzido para o português), cujo autor é Omer Demir (membro da sociedade internacional de pesquisa arqueológica) e foi impresso pela gráfica Pelin Ofset Ltda, no ano de 2010. Editora? Esquece isso!

Um comentário:

  1. Maravilhada com sua historia e com essa beleza de texto que vc postou, cuja escrita flui tão clara e transparente com as aguas que jorram de um fonte nas montanhas...

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