quarta-feira, 13 de abril de 2011

Em busca do tesouro de Príamo

Tróia é o nome atual de uma localidade próxima a província turca de Çanakkale, na Anatólia. Os visitantes que chegam à cidade, imaginando encontrar a mitológica cidade, acabam por decepcionar-se um pouco, uma vez que na verdade, exceto talvez, pelo cavalo de madeira erguido para contentar os turistas, muito pouco nos recorde a saga descrita por Homero e diversas vezes retratadas no cinema.


No local o que se vê é um sítio arqueológico, dividido em diferentes níveis de escavação.


Como a arqueologia é uma das áreas de meu interesse, adorei o passeio e tirei várias fotos.

No ano de 1870, um arqueólogo denominado Heinrich Schliemann, encantado com as passagens da Ilíada, resolveu empreender uma viagem a Turquia com o propósito de encontrar a cidade perdida de Tróia, conforme os relatos de Homero. Na realidade, seu maior interesse era encontrar o tesouro do rei Príamo e com esse objetivo, empreendeu uma imensa escavação. A arqueologia ainda estava, naqueles tempos, despertando como ciência, e a forma desordenada com que o sítio foi escavado, acabou por perder inúmeros vestígios que hoje não podem mais ser recuperados. Suas aventuras renderam uma obras literária que relata suas façanhas no monte Hissarlik: Ítaca, o Peloponeso e Tróia.
Esta foto eu tirei do local onde Schliemann escavou, inicialmente, de forma inadequada:


Esta outra mostra os diversos estratos arqueológicos que correspondem aos níveis de solo de diversas troias. A tróia que buscamos é denominada de Tróia VII. Mas há também vestígiosa dos hititas, dos romanos...

Abaixo, vestígios da época romana (último estrato):


Schliemann encontrou seu desejado tesouro de 4.500 anos. Ao invés de expô-lo nos museus da Berlim,resolveu presentear sua esposa, com as jóias que talvez tenham pertencido à bela Helena. Esse maravilhoso tesouro era composto também de estátuas, obras de arte,urnas de ouro, bronze e prata, ânforas e armas.
Este foi o local aproximado de onde o tesouro foi desenterrado:



Modernos arqueólogos,no entanto, demonstraram que esta rampa era o local que dava acesso à cidade murada de Tróia. Ou seja, se o tesouro estava do lado de fora das muralhas, muito provavelmente não pertencia a Príamo. Com a técnica do C14, datam esses achados a uma época muito anterior aos relatos da Ilíada. O tesouro, torna-se, portanto, muito mais valioso, pois retrata as riquezas de uma antiguidade dos povos da Anatólia.
Resta dizer que esse tesouro foi roubado. No ano de 1945, quando houve a invasão soviética à Alemanha nazista, os soldados encontraram novamente o precioso tesouro, no subsolo de um jardim zoológico de Berlim e secretamente o empacotaram e enviaram para Moscou, onde ficou escondido até o final da guerra fria, buscando evitar pedidos de repatriação .
O museu Pushkin, atualmente tem uma ala inteiramente reformada onde expõe o Ouro de Tróia, apesar da reivindicação do tesouro por parte dos alemães, dos gregos e dos turcos.

Um comentário:

  1. Nossa parabéns,pelo texto muito legal, me tornei seguidor, vi que suas outras postagens são muito interessantes, além de me identificar com o seu perfil,estou cursando Odontologia, e também digo que farei história, ver seu perfil foi como ter a certeza que poderei concretizar meus sonhos.

    Achei seu texto por ter me dedicado nesta tarde a assistir um filme sobre a possível descoberta de Troia por Heinrich Schliemann,o filme é muito bom para se ver com a família só que ele mostra nosso "arqueólogo" como um herói, mocinho, como uma prática minha depois de ver um flime,ler um livro procuro pesquisar mais sobre esse assunto, foi assim que cheguei ao seu blog,espero que eu seja bem vindo.

    Tenho que confessar cara pedreira que senti um pouco de inveja ao ver as fotos que você tirou do sítio pensei:"Nossa ela esteve lá,não acredito." Se Deus me permitir um dia visitarei lugares assim, por enquanto viajarei pela mente, pelos filmes, pelos livros e pela internet.

    Atenciosamente

    Eriberto Esdras de Oliveira
    Natal RN,12 de maio de 2012

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