terça-feira, 18 de janeiro de 2011

JUSTINIANO, “O IMPERADOR QUE NUNCA DORME”



Nascido na atual Macedônia, no ano de 483, em uma família miserável, vai para Constantinopla educar-se sob as graças de seu tio Justino, um soldado baixo do exército que acabou tornando-se imperador.

Habilidoso e inteligente, estudou direito, retórica e teologia, exercendo grande influência sobre o tio iletrado, que lhe outorgou o título de César. Em 527, participou do assassinato de Justiniano e foi proclamado seu sucessor.

Imediatamente lançou-se no projeto de restauração e unificação do Império romano, estimulando as artes, o comércio e a indústria, consolidando a autonomia de seu império e fortificando as fronteiras.

Entre seus grandes feitos está o Código Justiniano, que reuniu todas as constituicões desde a época do imperador Adriano , salvaguardando assim a herança do direito romano e afirmando o poder ilimitado do imperador. Por dez anos, revisa e aperfeiçoa o direito romano, como o conhecemos hoje.

Além disso, após 20 anos de guerras, o império bizantino alcançou sua máxima extensão, reocupando territórios ao longo do mediterrâneo.

Sob ameaça constante do império Persa, que fora reunificado sob a dinastia Sassânida, por diversas vezes se vê obrigado a comprar a paz com seus vizinhos, a peso de ouro.

No campo religioso, buscou solidificar o monofisismo, uma doutrina que rapidamente se espalhou e tornou-se forte principalmente no Egito e na Síria. Com o objetivo maior de unir o Ocidente com o Oriente, utilizou também a religião para garantir a soberania do Estado. Sua consagrada fórmula “um Estado, uma Lei, uma Igreja”, sintetiza as aspirações absolutistas do Imperador.

Considerava-se um eleito de Deus. Perseguiu judeus e pagãos e interferiu nos negócios da Igreja, utilizando-a como viga mestra de seu Império. Julgando a Escola Filosófica de Atenas um dos baluartes do paganismo, decreta sua extinção, fechando a Academia de Platão em 529.

Inúmeras obras de engenharia são realizadas sob seu comando, entre elas a Catedral de Haegya Sophia, em homenagem ao saber e as Catedrais dos Santos Apóstolos, onde mais tarde seriam depositados seus restos mortais em 565.

Apesar do Império Bizantino ter conhecido o esplendor durante seu reinado, Justiniano entrou para a História como um dos mais impopulares imperadores, tanto pelos pesados impostos impostos à população, quanto pela forma autoritária e feroz com que combatia seus adversários, a exemplo do que ocorreu na Revolta popular de Nika, de que trataremos mais tarde.

Seu amor pela Imperatriz Teodora foi um caso à parte, e sendo assim, merece ser contado em outro post!


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