sábado, 26 de fevereiro de 2011

A cidade de Éfeso

Fundada por volta de 300 a.C, Éfeso foi fundada por Lysimakhos, um dos generais de Alexandre, O Grande. Como sabemos, não deixou herdeiros, e seu vasto império foi dividido entre seus generais. A cidade viveu seus momentos áureos durante o período helenístico romano e chegou a ter 200.000 habitantes. Foi a capital da província romana na Ásia e possuía o maior porto de sua época.



As ruínas de Éfeso estão relativamente bem preservadas, em comparação a outras que vi na Turquia. Tem-se uma boa idéia do que foi a civilização romana a partir de suas construções.


Pelo portão principal, temos acesso a uma rua em que a direita e a esquerda avistam-se ruínas daquilo que servia a vida política da cidade. E também mercados, lojas e pórticos menores. Descendo, damos em uma praça com uma fonte, que parece ser o centro da cidade.



 Monumentos, ruínas de um hospital, e continuamos descendo. Com um pouco de imaginação, estamos no centro do império romano, em uma rua toda de mármore, ladeada por estatuas de pessoas que foram dignas de serem imortalizadas, dos dois lados da rua. E também dois pequenos fios de água, correm a direita e a esquerda, para refrescar a cidade no verão. A rua é coberta por um teto em mármore, sustentado por colunas jônicas. Até chegarmos a um muro com algumas passagens mais estreitas. Dali em diante, não podem passar as carroças pois trata-se de uma rua de pedestres.

As colinas dos dois lados da cidade estão repletas de construções magníficas, além dos casebres da população mais pobre. Magnificas mansões são destinadas aos senadores. Um hammam logo a direita serve de ponto de encontro, todas as tardes, onde as pessoas podem ir refrescar-se no verão ou aquecer-se no inverno. Suas termas são abastecidas por águas quente e fria em três salões denominados de caldarium, tepidarium e frigidarium, em um engenhoso sistema de coleta e distribuição de águas. Templos dedicados as guerreiras amazonas também estão presentes. Éfeso,aliás, foi batizada em homenagem a uma delas.

O mais curioso dos edifícios, no entanto, é aquele dedicado ao banheiro público. Em um prédio muito bonito, as latrinas são colocadas lado a lado, à guisa de escavações em uma enorme prancha de mármore que ladeiam todas as paredes do quarto, em que os dejetos são lançados a muitos metros de profundidade.




No centro do salão, há uma área quadrangular descoberta, que coleta a água da chuva sob um sistema de ralos que deságuam em caixas d água. Ali no centro estaria um bem cuidado jardim, em que em alguns dias, alguns músicos contratados, podiam tocar para a distração dos homens que usavam a latrina, enquanto conversavam. Sim, as latrinas publicas também eram um ponto de encontro do cidadão romano.

Mas seguindo pelas ruas muito brancas, já que Efeso era um dos centros produtores e exportadores de mármore, nos deparamos com a imensa biblioteca de Celso.





A construção é ainda mais impressionante. Descendo para a praça onde ela esta localizada, temos a dimensão de sua beleza, de sua arquitetura em capitéis jônicos e coríntios, de suas estatuas dedicadas às virtudes.




Seguindo à direita, temos duas passagens em arco para os mercados públicos e por esse caminho tanto pode-se sair da cidade, quanto pode-se chegar ao anfiteatro público.




Os romanos sabiam como viver! Ao longe, avistamos o farol, onde o apóstolo Paulo ficou preso, após uma discussão com os seguidores do templo da deusa Artemísia.



O templo de Artemisia, uma das sete maravilhas do mundo antigo, já não existe mais. Infelizmente, apenas uma coluna ficou de pé.

Estar presente em Efeso, cidade onde andaram apóstolos, sábios, hereges, santos, pessoas comuns da época em que Cristo acabara de desencarnar é um privilégio.

Eu não vi ruínas. O que vi foi o que descrevi, uma cidade esplendida e maravilhosa, que ao longe reluzia devido a quantidade de mármore. Repleta de arte, monumentos e fontes por todos os lados, limpa, florida e encantadora.
Enlouqueci?

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