sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A CRUZADA ALBIGENSE (1209)



Envolta em lendas de cavalaria, essa famosa cruzada teve início, talvez ,em meados do ano de 1143, quando os cavaleiros cruzados partiram para o sul da Franca, especialmente nas cidades de Toulouse, Albi e Carcassone, em que um grupo dissidente denominado Cátaros, promoviam confrontos com a Igreja Católica e por isso eram considerados hereges.

Os cátaros eram dissidentes da Igreja Católica que se opunham às suas praticas tais como venda de indulgências, bem como o estilo de vida de seus clérigos.

Sua doutrina era completamente oposta a da Igreja tradicional. Acreditavam em um dualismo, em que havia um Senhor da luz em oposição ao Senhor das Trevas. Isso porque o Deus da Luz, em seu imenso poder, não poderia ter criado um mundo imperfeito.

Pregavam que só imitar o exemplo de vida de Jesus era o caminho para a salvação das almas, aceitavam a reencarnação e condenavam a adoração da cruz e imagens, evitavam as confissões e qualquer intermediário entre os homens e Deus (incluindo aí o papa) além de todos os ornamentos apreciados pela Igreja Católica.

A Cruzada Albigense promovida pelo papa Inocêncio II, e comandada por Simon de Montfort e em seguida pelo rei Luis VIII, durou 40 anos, arrasando a região cátara, muito embora houvessem muitos seguidores do catolicismo convivendo ali. O legado papal, sobre esta questão foi muito claro: “Matem-nos a todos. Deus se encarregará dos seus.”

Na prática, não foram as cruzadas que erradicaram o catarismo de forma definitiva e sim a Inquisicão que se iniciou na Espanha, país vizinho, e que se alastrou por toda a cristandade.

Quem, como eu, ama os romances de cavalaria, conhece os relatos de que o Santo Graal (o cálice usado por Jesus na Santa Ceia) esteve desde sempre em poder dos cátaros, contra os quais lutaram os cruzados.

Quando o castelo de Montsegur foi tomado, alguns cátaros fugiram na calada da noite, pelas muralhas do castelo e despenhadeiro abaixo, levando consigo a preciosa relíquia, até hoje perdida, exceto para alguns iniciados merecedores de conhecer o seu paradeiro.

4 comentários:

  1. Parabens em tão oportuna, indispensavel e séria colocação, es muito feliz não só nos dados historicos, como na fundamentação religiosa; esta é a realidade que muitos opuscam, mascaram, e acima de tudo tem medo da verdade, fraternalmente Aureo

    ResponderExcluir
  2. Desculpem a intromissão.
    Esse grupo foi conhecido por Albigense (reuniam-se na cidade de Albi no distrito de Albigeois no sul da França), nunca foram católicos e sim Anabatistas. Foram não só perseguidos como também aniquilados por ordem do papa Inocêncio III, pela 4° Cruzada católica, pelo consílio de Toulouse. Os 200 últimos refugiados foram chacinados em Montségur por uma grande fogueira. No local (O CAMPO DOS QUEIMADOS), até hoje possui a inscrição:
    EM MEMÓRIA DOS CÁTAROS, MARTIRES DO PURO AMOR CRISTÃO.
    (Estes dados são resultantes de várias bíbliografias. Podemos citar um em especial:
    A ORIGEM, Autor Gilberto Stefano de 2006).

    ResponderExcluir
  3. Perdõe-me Márcia, a intromissão, mas gostaria de dar uma pequena achega ao seu texto. Na realidade os Katharos não procuraram confrontos com a igreja católica, aliás a violencia era absolutamente contrária á sua filosofia, a igreja católica é que promoveu essa acusação para ter justificação para as acções que se seguiram. Cabe aqui referir também, qual a verdadeira razão que está por trás da acção da igreja católica objectivando a destruição dos Katharos. Económica! Razão, pura e simplesmente económica. Com o aparecimento dos Katharos e o aumento de seus seguidores, nomeadamente de senhores feudais, Roma passou a sentir que seus cofres recebiam cada vez menos dinheiro, pois os antigos contribuintes deixaram de o fazer, pois passaram a alinhar com a doutrina Kathara. Essa razão aliada ás denuncias que os Katharos faziam, do fausto praticado pelos altos dignatários da igreja de Roma,enquanto que as populações passavam fome, promoveram o ódio do Papa e desencadearam todas as acções que posteriormente atingiram o ponto alto com o tristemente célebre ataque final a Montsegur e as fogueiras em que foram queimados cerca de 2 centenas de pacíficos homens, mulheres e crianças.
    A Editora FREITAS BASTO publicou em e-book um romance meu que tem como título "KATHAROS-O assassínio dos Puros". Apesar de tratar-se de um romance, tem como base toda a história Kathara. Receba os meus cumprimentos. Cordialmente MANUEL GUILHERME PEIXOTO(Autor)

    ResponderExcluir